Tá, aí vem um pensamento me dizendo que estou assim porque não sei separar o sonho da realidade, que inventei uma vida que só existe na minha cabeça. Ah, na lata? Gosto de uma realidade inventada, como a Clarice. Sonho sim em reencontros intensos após 5 anos, em sentimentos que ultrapassam as barreiras do tempo. Podem me falar que isso é fantasia, mas que existe em algum lugar desse mundo, ah isso existe. Já aconteceu com um amigo e talvez até com a minha avó. E se aconteceu com a minha avó, pode acontecer comigo.
Nesse meio tempo eu vou fluir, entrar no meu rio de sentimentos milhares de vezes, me curar, amadurecer, quebrar o ovo. Dar um pulinho ali no infinito, me reinventar, pintar a parede de azul, adesivar o vidro da janela, sei lá. Esses dias têm sido tão modificadores e me exigido muito do cérebro, da pele, do coração. Tenho revivido minha vida, apenas os momentos que valem a pena. Aqueles que você guarda pra sempre, sabe? Pra resignificar-se a gente precisa desse tempo, precisa entender que o seu lugar no mundo vai até onde seus braços podem alcançar. Seus braços e sua voz. Com a voz você muda alguém, com os braços você mesmo se muda. Preciso de mais braços, de voltar pra academia e malhar bíceps, preciso realizar, tomar as rédeas, sabe? Chega de stand by, quero minha vida inteira pra mim. Me quero todo pra mim. E disso não posso abrir mão.